sábado, 21 de março de 2009

Expressão e punição na PM do Rio

Quatro dias após prestar solidariedade ao coronel Ronaldo de Menezes, punido disciplinarmente por ter publicado na internet um artigo sobre a situação da segurança pública no Rio, o capitão da PM Luiz Alexandre da Costa foi avisado que seria transferido da unidade onde é subcomandante. No entanto, três horas depois do anúncio, a transferência foi suspensa, conforme publicado por Jorge Antônio Barros, em 18/03, no Globo On Line. A nova ordem é para que o capitão tire férias o mais rápido possível.

Ao ser libertado do 4º Comando de Policiamento de Área, em Niterói, o coronel se encontrou com um grupo de manifestantes e o capitão. A situação foi filmada por agentes do Serviço Reservado da PM, o que inibiu a presença de mais oficiais no ato público.

O capitão, que tem 12 anos de PM, já havia sido transferido da Auditoria Militar há um ano, depois que fez declarações à imprensa sobre a crise na PM, que resultou na exoneração do coronel Ubiratan Angelo, do comando-geral.

O coronel da PM Ronaldo de Menezes foi punido com prisão de 4 dias por ter expressado opinião em blog de outro oficial. Em seu artigo, o coronel analisou a situação precária da segurança pública no Estado do Rio, onde é policial há 35 anos. Ele afirmou ainda que espera saber a opinião das autoridades da área de segurança e do governador Sérgio Cabral sobre sua prisão.

3 comentários:

  1. Está na hora de começarmos a pensar em um modelo novo de polícia militar. Práticas antes adotadas pelas forças armadas e, por analogia, seguidas pelas forças auxiliares não encontram mais espaço no nosso modelo de Estado. Prender um cidadão por ter expressado sua opinião já não é admitido desde 1988. Tentar justificar a imposição do silêncio pela instituição a qual pertence é manter obscuro um direito de todos. Todos nós temos direito a saber como anda nossa segurança pública e, se não for dito por quem trabalha nela, nunca teremos acesso a essa informação. Criticar construtivamente o trabalho de um superior não põe em risco a atividade policial. O policial serve à sociedade em primeiro plano e, aos seus superiores, em segundo. Sendo assim, o interesse supremo é da coletividade, devendo estar acima de qualquer força política interessada na ignorância do povo. Parabéns aos homens que colocam suas vidas à disposição da sociedade, sacrificando seu conforto profissional, suas famílias e amigos.

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  2. Assim como o político o PM também não é um ET que caiu fardado na nossa blitz. É produto de uma sociedade que produz maus juizes, maus políticos e maus policiais, é claro. Enquanto não houver uma reformulação do nosso espírito como povo continuaremos tendo maus representantes em todas as áreas e nos eximindo de culpa. Quando a ética e o respeito ao próximo prevalecerem em cada esquina vamos nos tornar cidadãos melhores e teremos certamente menos policiais e menos bandidos fardados. Chega de se pensar que a gente não tem nada com isso.

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  3. Esse comentário assinado pela Verônica Cobas na verdade, é meu, Carlos Macêdo.

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