domingo, 29 de março de 2009

Sensação de segurança

Conforme matéria publicada nO Dia (A retomada do espaço público nas favelas, uma pesquisa do Instituto Informa, produzida para o jornal, mostra que no Dona Marta e na Cidade de Deus mais de 40% da população consideram que a segurança pública melhorou após a ocupação da polícia. Já nos morros do Salgueiro, na Tijuca, e Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, dominados pelo tráfico, a proporção de pessoas que se sentem mais seguras é de apenas 8% e 24%, na ordem.

O levantamento foi realizado em quatro comunidades e seus bairros correspondentes — dois deles com policiamento comunitário (Botafogo e Jacarepaguá). Foram ouvidas 1.031 pessoas entre 20 e 22 deste mês.

Caso Tijuca

A matéria relata ainda que, na Tijuca, a insatisfação com a polícia é grande. Mais de 45% dos entrevistados do Morro do Salgueiro consideram péssima a atuação da PM. Uma moradora do bairro opina que número de assaltos é alto e que o patrulhamento é ineficaz. E sugere: “Por que não fazem ocupação aqui? Seria uma boa medida para conter a violência. Todos os prédios colocaram cercas para evitar os assaltos”, reclama.

A opinião dessa moradora é senso comum entre os que residem em áreas divididas entre o morro e o asfalto: o morro como fonte do problema da violência. A ocupação do Dona Marta e da Cidade de Deus trouxe sensação de segurança aos moradores do bairro formal por causa do policiamento e aos moradores das favelas porque, junto com o policiamento, o Estado ocupou seu espaço nas comunidades com obras de urbanização.

A favela não é fonte de violência por ser simplesmente favela.

terça-feira, 24 de março de 2009

Sitiada

Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, sobre as ações violentas do tráfico na capital: “É quem consome que paga isso. E na Zona Sul se paga pela droga. E se paga bem por ela. Se a maioria dos cidadãos paga imposto, quer ordem e respeita a autoridade do estado, por que um grupo de 15 ou 20 pessoas vai aterrorizar 150 mil? Não é factível que essas pessoas causem pânico num mar de pessoas. É inaceitável”.

Só isso sustenta o sistema?

E por falar em liberdade de expressão...

O programa "Comitê de Imprensa" foi exibido pela TV Câmara neste mês de março. O tema do dia era a reportagem da revista Veja, com as supostas revelações contidas no notebook apreendido pela Polícia Federal na casa do delegado Protógenes Queiroz, referentes à Operação Satiagraha. Entre os assuntos aboradados esteve o grampo telefônico envolvendo o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.

O vídeo foi disponibilizado pelo site da TV Câmara, mas dias depois, sob ordem de Gilmar Mendes, foi retirado do ar.

Leia a carta de Leandro Fortes, jornalista da Carta Capital, enviada ao Blog Conversa Afiada e veja a entrevista completa no blog do jornalista Paulo Henrique Amorim.

Confira um dos trechos no youtube.

sábado, 21 de março de 2009

Expressão e punição na PM do Rio

Quatro dias após prestar solidariedade ao coronel Ronaldo de Menezes, punido disciplinarmente por ter publicado na internet um artigo sobre a situação da segurança pública no Rio, o capitão da PM Luiz Alexandre da Costa foi avisado que seria transferido da unidade onde é subcomandante. No entanto, três horas depois do anúncio, a transferência foi suspensa, conforme publicado por Jorge Antônio Barros, em 18/03, no Globo On Line. A nova ordem é para que o capitão tire férias o mais rápido possível.

Ao ser libertado do 4º Comando de Policiamento de Área, em Niterói, o coronel se encontrou com um grupo de manifestantes e o capitão. A situação foi filmada por agentes do Serviço Reservado da PM, o que inibiu a presença de mais oficiais no ato público.

O capitão, que tem 12 anos de PM, já havia sido transferido da Auditoria Militar há um ano, depois que fez declarações à imprensa sobre a crise na PM, que resultou na exoneração do coronel Ubiratan Angelo, do comando-geral.

O coronel da PM Ronaldo de Menezes foi punido com prisão de 4 dias por ter expressado opinião em blog de outro oficial. Em seu artigo, o coronel analisou a situação precária da segurança pública no Estado do Rio, onde é policial há 35 anos. Ele afirmou ainda que espera saber a opinião das autoridades da área de segurança e do governador Sérgio Cabral sobre sua prisão.

segunda-feira, 16 de março de 2009

"Firmeza na verdade"

A enquete sobre o comportamento da mídia em relação ao delegado federal Protógenes Queiroz está encerrada. A maioria dos votantes acha que a imprensa vem cumprindo seu papel corretamente, com imparcialidade. Agora que a pesquisa acabou, darei minha opinião.

Discordo do resultado. Lendo somente hoje a entrevista do delegado à revista Caros Amigos vejo que talvez não estejamos preparados para ouvir certas coisas. O absurdo é tão grande que parece até mania de perseguição. Acho que nem tudo que lemos é a verdade inteira e nem tudo que vemos aconteceu daquela forma. Acho lamentável uma mídia vendida a um banqueiro e alguém com ideal de CIDADANIA ser tido como louco, insensato e, recentemente, criminoso.

Satiagraha foi o termo usado pelo pacifista indiano Mahatma Gandhi durante sua campanha pela independência da Índia e significa 'firmeza na verdade'. Gandhi foi um dos idealizadores e fundadores do Estado moderno indiano e defensor do Satiagraha como um meio de revolução: princípio da não-agressão, da forma não-violenta de protesto.

Fica aqui o meu pequeno protesto e a esperança de vê-los todos - os envolvidos - na cadeia. E fica também o sonho de modificarmos nossa cultura política para não eleger, num futuro distante ainda, corruptos. Que sejamos firmes na verdade.

Agora quero a opinião de vocês. Está aberto o espaço de discussão.

quinta-feira, 12 de março de 2009

De onde vem a violência

Sempre tive certeza de que a violência era 80% social e 20% comportamental. Vendo Law & Order SVU (sim, eu vejo a série) parei para pensar em outra alternativa: Há quem defenda a existência de um gene da violência, que não é determinante, mas influencia. Sendo assim, alguém portador do gene pode ser violento. A série mostrou um que era e um que não era. E então... A violência seria 100% comportamental, com influência do social? Ou seria 100% social com determinação do comportamento?

quarta-feira, 11 de março de 2009

Você fica ocupado?

Dia desses estive pensando: Seu celular dá ocupado? O meu não. Parece que agora nem podemos mais estar com outra pessoa ao telefone. Temos que parecer sempre disponíveis, atentos e prontos. Conseqüência da modernidade?

sábado, 7 de março de 2009

Vale lembrar...

... que essas informações foram tiradas do mesmo veículo de comunicação que elegeu e destituiu Collor do poder.

Política?

O senador Fernando Collor (PTB-AL) é o presidente da Comissão de Infraestrutura do Senado. O fato teria gerado mal-estar entre o PT e o PMDB na Casa. Será?? O líder do PT, Aloizio Mercadante chamou o acordo que levou ao fato de "aliança espúria".

Renan Calhieros designou para a comissão os senadores Wellington Salgado (MG), Gilvam Borges (SE) e Almeida Lima (SE), já que Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO) lhe comunicaram a intenção de votar na candidata do PT, Ideli Salvatti (PT-SC). Essa, por sua vez, apoiou a candidatura de Tião Viana (PT-AC) para a presidência da Casa. Mas quem levou a melhor nessa foi José Sarney.

Por essa comissão passarão todos os projetos relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Collor se defende: "Foi um acordo inteiramente aberto que todo mundo participou, todo mundo soube. O senador Aloizio Mercadante precisa medir um pouco suas palavras para respeitar seus companheiros aqui do Senado". E mais: afirmou que sua eleição veio dos acertos para eleger Sarney à presidência da Casa.

Os cargos no Legislativo, por tradição, são divididos entre os partidos de acordo com o tamanho das bancadas. Por esse comportamento lógica, o PT teria direito a exploração do petróleo localizado na camada pré-sal.

Há 20 anos...

COLLOR era candidato à Presidência pelo PRN, com a marca do "caçador de marajás". Atacava o então presidente, José Sarney, acusando seu governo de corrupto, chamando-o, inclusive, de "batedor de carteira".

SARNEY: Era o presidente da República e alvo dos discursos eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva, adversário de Collor. Hoje presidente do Senado, é um dos mais fiéis apoiadores de Lula e cumpriu a promessa, feita na negociação para a eleição no Senado, de dar a Collor o comando de uma comissão.

LULA: Concorria pela primeira vez à Presidência da República com um discurso radical. O PT de Lula não fazia alianças políticas com partidos de centro. Hoje, o PMDB é o maior partido da base parlamentar do governo Lula, além do PTB, partido de Collor.

MERCADANTE: Era um dos coordenadores do programa de governo de Lula e não tinha cargo parlamentar. Foi eleito deputado federal em 1990 e um dos mais ativos integrantes da CPI do caso PC Farias (tesoureiro de campanha de Collor. No entanto, após o impeachment do presidente, considerou que Collor pagou "um preço muito alto".

O fantasma está de volta vestindo outra roupa.

domingo, 1 de março de 2009

Como diriam los hermanos...



Todo carnaval tem seu fim. Mas ficam a lembrança do sorriso, a magia dos mascarados e o som do tamborim.

Doce sabor


... da Zona Norte!