terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A pergunta é...



... se a entrada não é permitida porque é área de proteção ambiental, como pode ser do condomínio???

A placa está na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Transitando pela rua...

... me encontrei na avenida.



O carnaval está por toda parte. Ele está nas casas, nas ruas, nos olhares, nos sorrisos. Nas fantasias, nas cores, no espírito.

Não me leve a mal... hoje é carnaval!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Som de tiro

Operações no Engenho da Rainha e no Morro da Fazendinha fizeram ecoar o som da violência no enterro da jovem Julyana, em Inhaúma, morta no fim de semana por uma bala perdida na quadra da Imperatriz. Mais três mortos na Vila Vintém. Mais uma cabine da PM metralhada. Mais um João Hélio. Mais uma Alana. Mais um João Roberto.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Fome de quê?

Governos de diversos países anunciaram pacotes de estímulo econômico e planos de resgate financeiro numa tentativa de conter os efeitos da turbulência mundial. A conta global do socorro (principalmente aos bancos) desde o agravamento da crise financeira internacional, em setembro de 2008, já chega a US$ 15,1 trilhões.

No Brasil, as medidas já atingiram ao menos R$ 500 bilhões (US$ 220 bilhões).

sábado, 14 de fevereiro de 2009

E por falar em palhaçada...

O Supremo Tribunal Federal determinou a liberdade a cinco presos condenados por crimes graves com base em uma decisão da semana passada na qual os ministros sacramentaram o direito de liberdade de um réu até que o caso tramite em julgado, isto é, até que não haja mais possibilidade de apresentar recurso judicial à pena.

Foram beneficiados um homem condenado a quatro anos de prisão por tentativa de estupro, um estelionatário condenado a quatro anos e meio, um ladrão que cumpria pena de sete anos e meio por roubo qualificado e dois réus sentenciados por apropriação de bens e rendas públicas.

Assim como na semana passada, Ellen Gracie e Joaquim Barbosa discordaram da tese, por entender que o réu não merece recorrer em liberdade em alguns casos de crimes graves. Segundo Barbosa a decisão reforça a idéia de que no Brasil há "um sistema penal de faz de conta".

Circo na Zona Sul do Rio

Do pai de um jovem de classe média preso, esta semana, no Rio de Janeiro, por tráfico: 'Ele fumava (maconha) em casa e eu permitia'. E mais: disse que a operação para prender seu filho foi um "circo montado pela PF".

Henrique Dornelles Forni, de 25 anos, foi preso sob a acusação de vender fuzis a bandidos de favelas e traficar drogas.

Se o circo é da PF, quem é o palhaço?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quem vê cara não vê coração


A aparência é bela, mas o cheiro é muito ruim. Esse é o Canal do Cunha, visto do Hospital do Fundão. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou no dia 10/2, no Rio, do lançamento do programa de despoluição do Canal. Está previsto o desassoreamento de um trecho de 6,5 km de extensão até 2011 e o saneamento das favelas da região. O custo do projeto é de R$ 185 milhões, que serão desembolsados pela Petrobras.

No entanto, um corte de R$ 35 milhões no orçamento do Ministério do Meio Ambiente para o primeiro trimestre deste ano adiou projetos como a criação de parques marinhos e a instalação das primeiras 11 coordenadorias regionais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Beco da intranquilidade

Na manhã deste domingo Raíssa de Moraes, 5 anos, foi executada com tiro no peito ao presenciar o assassinato do pai, Damião de Moraes, no Beco da Tranquilide, em Madureira, Zona Norte do Rio de Janeiro. Todos somos vítimas. A cidade formal e a cidade renegada. E mais isso nos faz igualmente submissos e passivos, mas diferenciadamente culpados.

http://www.youtube.com/watch?v=Lb90MRDknmo

Foi isso que ele disse... e olhem como estamos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Já é carnaval

Faltando quinze dias para a Festa de Momo, o Cityando mostra a letra dos coleguinhas do "Imprensa Que Eu Gamo" para o carnaval de 2009!!


No Carnaval do Imprensa, quem dá ordem é o Rei Momo


(Barack Obama, Osama Bin Laden, Elton John, Madonna, Jesus, Cícero do Capela e mendigos da Cinelândia)


O Imprensa vem lançar a utopia
Manchetes para este Carnaval
Que bom se não fosse fantasia
Rei Momo editor do meu jornal

Obama toma um porre com Osama
E seu Fidel saiu chamando o Raul
Nós vamos mandar "paz" pra Bagdá
A Zona Norte abraçou a Zona Sul

Que papo é esse? Cada um no seu quadrado?
No Mercadinho, "tamu junto e misturado"
Que maravilha, pode aplaudir
Ô abre alas, nosso bloco vem aí


A chuva cai, mas não inunda
Nada de crise, cerveja abunda
Até o Lula é meu leitor
Não tem mais choque e meu Rio é só amor

Imprensa que eu Gamo, e como!
Em Laranjeiras quem dá ordem é o Rei Momo
Sarney de novo, mas que mancada
Lá em Brasília tá faltando sapatada

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Transitando


Transitando pela rua, engarrafei na avenida.

Ataca, Obama!

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama – e novo queridinho planetário – lançou esta semana uma campanha contra os excessos salariais no setor privado. O teto passa a ser agora de US$ 500 mil anuais para os pagamentos feitos a executivos de empresas que recebam algum tipo de ajuda federal. Obama criticou os executivos de Wall Street que aceitaram bônus bilionários em 2008, enquanto a economia mundial ia pelo ralo.

¿Hasta la revolución?

Do reinado para a corregedoria da Câmara

O novo corregedor da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG) é proprietário de um castelo que ocupa 192 hectares, no distrito de Carlos Alves, em São João do Nepomuceno, na Zona da Mata mineira. O casebre está avaliado entre R$ 20 e R$ 25 milhões.

E ainda: o deputado é conhecido com “capitão” na localidade. Ele se aposentou como capitão da Polícia Militar. Para quem não o conhece, aí está (a foto é do site do DEM). O partido pede a renúncia... O deputado diz que o castelo está em nome dos filhos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Propaganda





Estão abertas as incrições para o curso de especialização em Sociologia Urbana da UERJ. Informações: 2587-7617

Homicídios no Rio

A cidade do Rio de Janeiro foi a região do estado que registrou "o menor aumento" (2,17%) no número de homicídios em outubro de 2008, em comparação com o mesmo mês de 2007. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP).

Entre janeiro e outubro de 2008 foram 1.699 assassinatos, contra 1.938 de 2007. A queda foi de 12,33%, mas... Na Baixada Fluminense o número de homicídios aumentou 31,38% e na Grande Niterói, 22,8%.

O problema não está na geografia, mas nas políticas de combate à violência. E 'registrar menor aumento', expressão usada nos jornais, ainda significa mais gente morrendo. E corpo no IML não é troféu.

A qualidade de vida não anda aqui...


Esse foi o momento em que o metrô, sem ar condicionado às 8h30, na Linha 1 perto da Cinelândia, esvaziou.

Enquanto isso no andar de cima...

O Cine Odeon se preparava para a estréia de 'Valquíria', com a presença de Tom Cruise.

Aconteceu em Campos...

Um certo cidadão teve problemas com o aparelho de TV e processou a loja. O juiz Claudio Ferreira Rodrigues, do Segundo Juizado Especial Cível de Campos dos Goytacazes, definiu em sua sentença:

Na vida moderna, não há como negar que um aparelho televisor, presente na quase totalidade dos lares, é considerado bem essencial. Sem ele, como o autor poderia assistir as gostosas do Big Brother, ou o Jornal Nacional, ou um jogo do Americano x Macaé, ou principalmente jogo do Flamengo, do qual o autor se declarou torcedor? Se o autor fosse torcedor do Fluminense ou do Vasco, não haveria a necessidade de haver televisor, já que para sofrer não se precisa de televisão.

Dizem por aí que a cidade precisa de um estudo antropológico...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Um pouco de mim



Há seis anos percebi que a cidade pra mim não era só trânsito, gente, favela e praia. Vi em cada rua a tradução de cada homem. Em cada gente a explicação de cada bairro. Em cada pensamento a montagem da cidade.

Perguntem o nome deles

Esse texto foi escrito em 28/06/2007


Muitos tiros das 10h às 16h30, horário em que estive no trabalho. Eram 1350 policiais, quilos de munição disparadas sem rumo que acharam 27 pessoas, entre 9 feridos e 19 mortos. Ouvindo pela janela e acompanhando pela internet, chegaram as primeiras fotos do confronto. Em uma delas uma criança de não mais quatro anos de idade, no colo de sua mãe, observava o fuzil apontado para dentro da favela por um policial. E uma colega de trabalho comentou: “e essa criança? Quando crescer vai ser um empresário?” .


Me lembrei então de uma vez que estive na comunidade incursionada nesta quarta-feira (27) e vi um outro menino da mesma idade brincando com um tipo de arma de madeira que alguém havia construído para ele. Realmente são grandes as chances de um futuro empresarial não os esperar. Mas também é perfeitamente possível que de uma família de trabalhadores nasçam filhos trabalhadores. Mas esse é outro assunto.


Já perto de casa e bem longe do confronto passei por um local, na zona sul da cidade, onde um garoto de 13 anos tinha sido vítima de bala perdida em frente à comunidade em que morava. Depois descobriu-se que ele, apesar da pouca idade, já era traficante. Pensei naquele momento o quanto eu era feliz por, mesmo tendo escutado a guerra durante o expediente, poder voltar para casa e me sentir a salvo.


No jornal da noite vi o balanço do confronto, com um número de bandidos mortos que, mesmo ao lado, não imaginava. Ao amanhecer saí bem cedinho de casa e encontrei na rua dois meninos, que aparentavam seus13 anos, pedindo um café. Já os conhecia de outras manhãs e sempre me prometia comigo mesma que no dia seguinte daria o tal café a eles, mas nunca parava ora por falta de tempo, ora por falta de dinheiro.


Mas hoje pensei: não posso reclamar de dinheiro e se eu chegar alguns minutos atrasada não fará diferença para mim, mas será um café para ele. Quando passei um deles me disse: “Moça, me dá um café”, e eu fiz que não com a cabeça. Em seguida ele continuou: “Ou então paga o café para mim”. Aquilo soou para mim como quem diz “realmente estou com fome”.


Voltei dois passos e chamei-o dizendo que pagaria o café e ele agradeceu. Olhei mais adiante e outro também me olhava. Fiz um sinal com a mão dizendo para ele vir também. Entrei com os dois na padaria e todos nos olhavam, já sabendo que eu pagaria para eles. Pedi dois cafés-com-leite e dois pães, um para cada um. Devia ser pouco, mas era o que eu também podia dar naquele momento.


Enquanto eu pagava o segundo menino me olhou bem nos olhos e disse “obrigado, moça”. Confesso que me senti um pouco intimidada com aquele olhar. Talvez por nunca ter estado tão perto fisicamente de uma criança de rua. Talvez por nunca ter olhado uma nos olhos. E talvez ainda por alimentar o medo desses jovens. E percebi que ao me olhar nos olhos ele esperava o mesmo de mim, mas acho que não correspondi.


Paguei a conta enquanto o pedido era preparado. Quando os pães com manteiga chegaram, eu me despedi dos meninos e eles agradeceram mais uma vez. Deixei-os comendo e segui para o ponto de ônibus. Fui pensando: “acho que os ajudei de alguma forma”. Me senti bem por isso, mas logo percebi que o que eu tinha feito era muito pouco para mim, para eles e para mudar qualquer situação.


E não parei de pensar nisso durante todo o caminho para o trabalho, como se tivesse faltado algo naquele encontro. Percebi que eu não me dei o trabalho de perguntar o nome deles. Quase chegando ao trabalho vi que a polícia ainda estava nas proximidades e não demorou muito para que um novo tiroteio começasse.


E mais um dia começava para todos. Os meninos pedindo o café, os moradores da comunidade no meio do fogo cruzado e eu de um lado para o outro do Rio alternando de realidade. A criança da foto era sem nome, a da arma de madeira também. Os bandidos mortos também ainda não tinham sido identificados. E mais os dois meninos do café que tinham nome, mas eu não tive a sensibilidade de perguntar.


Espero encontrá-los novamente, mirá-los nos olhos, saber de onde são e qual é nome deles. Sabe-se lá que diferença pode fazer esse tipo de atenção. Por tudo isso que contei e muito mais, é que sugiro: antes de ajudar alguém, pergunte o nome deles.

Olá!


Depois de alguns ensaios e poucas tentativas, começo hoje, dia 02 de fevereiro, dia de Iemanjá, a postar meus textos e algumas fotos nesse espaço. Aceito a colaboração dos leitores amigos e dos amigos leitores. Vamos cityar!