terça-feira, 30 de junho de 2009

O ar que se respira inspira novos tempos

Conforme foi noticiado, um golpe militar no último domingo (28/06) tirou do poder o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, detido na data marcada para um plebiscito sobre uma possível consulta acerca da possibilidade de uma reforma constitucional. Na Costa Rica, Zelaya declarou que foi vítima de um "sequestro brutal" por parte de um "grupo de militares" de seu país e afirma que estará de volta ao país na quinta-feira (02/07) para cumprir seu mandato de quatro anos.

Para Obama, se Zelaya não voltar à Presidência de Honduras, o golpe estabeleceria um "terrível precedente". Lula, por sua vez, afirma que o Brasil "não reconhece" o novo governo de Honduras e o Itamaraty suspendeu a volta do embaixador brasileiro ao país.

Estações de rádio e de TV de Honduras foram fechadas entre domingo e segunda. Soldados invadiram uma popular estação de rádio e fecharam as redes internacionais de TV CNN em Espanhol e Telesur, emissora venezuelana patrocinada por governos esquerdistas da América Latina.

Comentários que circulam na internet citam o acontecimento como legal, com base no Artigo 239 da Constituição de Honduras, que estabeleceria que: El ciudadano que haya desempeñado la titularidad del Poder Ejecutivo no podrá ser Presidente o Vicepresidente de la República. El que quebrante esta disposición o proponga su reforma, así como aquellos que lo apoyen directa o indirectamente, cesarán de inmediato en el desempeño de sus respectivos cargos y quedarán inhabilitados por diez (10) años para el ejercicio de toda función pública. Assim, o plebiscito seria inconstitucional e acarretaria a destituição automática do cargo.

Vivemos tempos democráticos. Isso é um fato. Os tempos de escuridão passaram e não podemos deixar que eles acordem. Se a destituição foi golpe, já sabemos o resultado: privação de todos os tipos de liberdade. Se a constituição prevê que não é possível questioná-la, a conta dá o mesmo número.

Inspirada em "Goodbye Bafana" (Mandela - A luta pela liberdade): "Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?" Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?...Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você. E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo". (Discurso de posse, 1994)

Enfim a Fenaj...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diploma já!

Nesta quarta-feira (17/06), por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é inconstitucional a exigência do diploma de jornalismo e registro profissional no Ministério do Trabalho como condição para o exercício da profissão de jornalista.

O presidente do STF, Gilmar Mendes, foi o relator do processo e concordou com o argumento de que a exigência do diploma não está autorizada pela Constituição. Segundo ele, o fato de um jornalista ser graduado não significa mais qualidade aos profissionais da área. Junto com ele, votaram os ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso de Mello. O único a votar pela exigência do diploma foi o ministro Marco Aurélio Mello.

Mendes sugeriu que os próprios meios de comunicação exerçam o mecanismo de controle na contratação de seus profissionais e comparou: “Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma de curso superior nessa área”.

Mendes foi nomeado ministro do Supremo por FHC. E para poder ser nomeado, a constituição diz que é preciso: ser cidadão brasileiro com mais de 35 e menos de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada (Artigo 101). Mas não precisa ser bacharel em Direito.

Para piorar: O fim da exigência do diploma foi comemorado pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ). De acordo com o diretor do Comitê de Relações Governamentais da entidade, Paulo Tonet Camargo, a decisão do Supremo oficializou o que já ocorria na prática.

De fato o diploma não garante qualidade de informação. Mas isso é um outro assunto. O diploma assegura não só a qualidade técnica, mas também o resto de mercado de trabalho que os jornalistas têm. Foi dito que as grandes empresas continuarão a contratar profissionais graduados, mas quantos porcento de profissionais elas empregam? E os famosos QIs? A indicação é um currículo poderoso no meio jornalístico, que agora pode ser institucionalizado.

Avançamos muitos passos na qualidade da informação com a difusão dos blogs, mas retrocedemos outros tantos com esta decisão do STF.

sábado, 13 de junho de 2009

Cupido da indignação

Saindo do jantar romântico do Dia dos Namorados, no restaurante Café com Arte, em Campos, me deparei com o cúmulo da folga, da falta de educação e noção e do desmando. Como chovia muito e o nosso carro estava na esquina, precisávamos ir andadando até lá, já que, por falta de estrutura, a rua do restaurante estava alagada e de nada adiantaria o carro parar em frente. Mas para a minha surpresa, dois carros ocupavam a calçada, pois estavam estacionados com as traseiras nela.

As opções eram: colocar os pés na água e andar pela rua ou passar entre as traseiras dos carros e galhos de ávores molhados. Por motivos óbvios, nos imprensamos no meio do mato molhado. Infelizmente não foi possível registrar em foto e nem anotar a placa dos carros. Infelizmente também não retornei ao restaurante para perguntar se algum dos ilustres clientes era dono dos carros. Ou ainda fazer a mesma pergunta aos ilustres do restaurante japonês que fica ao lado.

A revolta foi grande. Mas aprendi. De hoje em diante anoto a placa e, no mínimo, divulgo aqui no blog. Claro que tentarei chamar a polícia também, mas sabemos como as coisas (não) funcionam...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Após 30 anos de sujeira...

Será inaugurado amanhã (05/06), Dia Mundial do Meio Ambiente, a unidade de tratamento de esgoto da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, 30 anos após a criação do bairro.

Em 1979, ainda com 28.528 habitantes, a Barra começou a luta sem sucesso pelo tratamento do esgoto da região. Hoje com 115 mil habitantes, a estação será posta em atividade e reduzirá os poluentes do emissário, que, desde abril de 2007, já retirou das lagoas de Jacarepaguá, Tijuca, Camorim e Marapendi mais de 70 bilhões de litros de esgoto doméstico, lançado a cinco quilômetros da costa.

Segundo matéria do O Globo On Line, "a estação de esgoto da Barra será inaugurada com até 1.200 litros de esgoto por segundo passando por seus dutos e canais de tratamento - o equivalente a pouco menos que a metade da capacidade da unidade e a todo o esgoto já coletado pela rede. O presidente da Cedae, Wagner Victer, espera ampliar os troncos coletores para alcançar a marca de 2.500 litros por segundo de efluentes tratados até 2011. Segundo a Cedae, este valor representaria cerca de 90% do total do esgoto produzido na região".

O crescimento da população formal da região está previsto pela Cedae, já que tanto o emissário quanto a estação podem ser dobradas. Já foram gastos cerca R$ 434 milhões no saneamento da Barra e cerca de R$ 120 milhões ainda serão investidos.